sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

“Você fica aqui o dia inteiro porque seus pais não te aguentam em casa, com tanta bagunça!”

Esta frase foi proferida por uma professora para uma criança de 5 anos de idade, que fica o período integral em uma escola particular. A professora, descontrolada, disse isto em tom áspero e com muita veemência quando a criança fazia “bagunça”. Fiquei observando, sem ela perceber, o que será que significava “bagunça” para esta professora. Percebi que ela se referia aos jogos e brinquedos que tinham sido desarrumados por esta criança. Sem que ela notasse, verifiquei se seu armário estava arrumado e, para minha surpresa, não estava não!  Pelo contrário, em seu armário não havia organização alguma!

Quero aqui deixar registrada a minha preocupação com este tipo de profissional que acaba sendo referência para as crianças pequenas! Como é possível proferir uma frase como a do título deste texto, se nem mesmo essa professora pode ser considerada como exemplo de organização, ordem, disciplina, arrumação? Pior ainda: o que poderá isto causar na cabeça de uma criança de 5 anos que ainda está formando seu discernimento sobre si e sobre o mundo que lhe rodeia?  Como poderá ter autoestima uma criança que escuta tanta violência por parte de um adulto?

Saibam que até os cinco anos a criança ainda acredita no que falam dela e sobre ela! Já imaginaram o que significa colocar em seus pensamentos que “seus pais não te aguentam mais, por isto o colocam na escola o dia todo”? Sendo que, na verdade, ele pode estar em período integral na escola porque seus pais trabalham e optaram por deixar a criança em uma instituição educacional paga, fazendo a opção por uma escola, ao invés de deixá-la em casa por conta da televisão e/ou de uma pessoa sem a formação de uma educadora.  São tantas as injustiças que ocorrem com relação à educação e desenvolvimento das crianças, que fico me perguntando em que mundo estamos vivendo. Falta o discernimento, por parte dos adultos, além de bons exemplos de ensino positivo. E depois, reclamam que as crianças estão violentas, mal educadas, mal criadas, que as crianças estão assim e assado... mas com quem elas aprendem? Elas não nasceram sabendo, acabaram aprendendo a ter os comportamentos e as atitudes que se falam nas reuniões das escolas e na própria mídia, com os adultos que deveriam ser os exemplos...


É preciso que se mude a conduta dos adultos que lidam com as crianças, para que a Educação Brasileira possa ter pessoas mais saudáveis trabalhando em prol do desenvolvimento infantil! Este é o caminho correto de uma educação transformadora, pautada em respeito e discernimento!  

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Tipos de jogos: a dimensão social do brincar

Toda criança precisa brincar para desenvolver aspectos motores, psicológicos e sociais. Isto não é novidade para ninguém, mas existem diferentes tipos de jogos com funções especificas: jogo funcional, construtivo, dramático e com regras.

Jogo funcional começa durante a primeira infância, e acontece por repetidos movimentos musculares, como rolar a bola. 

Jogo construtivo é aquele que se utiliza de objetos para fazer coisas, como os blocos de construção (pequeno engenheiro), ou os de encaixe.

Jogos dramáticos ou também denominados jogos de faz-de-conta, envolvem objetos, ações e papéis imaginários. Este tipo de jogos solicita e envolve ações cognitivas, emocionais, linguagens e comportamentos motores.

Jogos formais, com regras, são aqueles organizados com procedimentos e regras com penalidades.


A princípio as crianças brincam sozinhas; depois, ao lado de outras crianças e, finalmente, com outras crianças. É muito importante que os adultos propiciem todos os tipos de jogos na idade certa para que as crianças possam se desenvolver de forma harmoniosa e saudável em todos os aspectos: físico, com relação à motricidade, psicológico, com relação ao emocional, e social, com relação ao processo de interação com o outro e com o ambiente. É preciso que nos lembremos, entretanto, que nem sempre o jogo causa prazer! Quando perdemos um jogo com regras, nem sempre ficamos felizes; e dizer: “ um dia se ganha e  em outro se perde”, é consolar e não se ensinar a ser um vencedor. Para se ensinar uma criança a ser um vencedor é necessário que se ensine a ela as estratégias dos jogos! E nisto o adulto precisa colaborar, ensinando a criança a jogar e não a ser consolada, já que isso de se consolar se faz até com os adultos em jogos de azar!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

“Por que preciso comer tudo?”

Um menino, de 5 anos de idade, perguntou para sua mãe por que ele tinha que comer tudo o que estava no prato. Ela respondeu: “Por que você precisa se alimentar para ter força e disposição para brincar.” Ele, não satisfeito, respondeu: “... mas eu tenho força e gosto de brincar...” E a mãe insistia para ele comer tudo, para continuar a ter força. Mas o embate continuava: o menino insistia que não estava com fome, que a mãe tinha colocado comida demais no prato, e ela continuava dizendo que tinha colocado o tanto que sempre colocava... e acabou dizendo:  ”Anda, come tudo senão não vou deixar você brincar. Enquanto não comer tudo não sai da mesa!” Bem, o menino começou a chorar e a mãe não cedia.

Para piorar a situação, ela falava: “Você acha que tenho dinheiro para comprar comida para jogar fora? Tem tantas crianças no mundo morrendo de fome e você não quer comer! Vai comer, sim, nem que eu tenha que colocar goela abaixo”!

Infelizmente esta cena é muito comum em alguns lares, e isto não é correto. Então, como podemos lidar com esse entrave? Primeiro: verifique o porquê da criança não estar com fome, pois existem dias que temos mais fome do que outros. Segundo: será que a criança está bem de saúde? Porque quando ela está com fome, ela come, sem que haja esse transtorno todo. Terceiro: será que a comida está apetitosa? Ou é um “já te vi a semana toda”? Ou, ainda, uma porção de legumes sem sabor, nadando em água quente, sem tempero, sem sabor...? Quarto: se o cardápio está OK, normal, sem nenhum questionamento extra, por que não colocar pouca comida, e se a criança quiser mais ela repete? Por que alguns adultos enchem os pratos das crianças pequenas como se elas tivessem 10 ou 12 anos de idade?


Comer é necessário e deve ser algo prazeroso para que, mais tarde, não se torne um transtorno alimentar. É necessário comer, sim, mas por prazer diante da necessidade de se alimentar para sanar a fome, e não com um clima pavoroso como esse! Comer é algo que faz parte de nossas necessidades básicas como respirar, beber, dormir, ir ao banheiro... mas ter que se alimentar de forma forçada, e cheia de reclamações, a criança pode até mesmo pegar aversão pela comida! Outra coisa: muitas vezes colocamos as crianças para comer e não fazemos a refeição juntos com elas. Comer junto dá uma sensação de companheirismo. É tão bom se sentar, comer, conversar de forma harmônica, sem estresse. Já vivemos estressados com tantas coisas em nossas vidas diárias, então, é bom que as nossas necessidades básicas sejam feitas de forma prazerosa para gerar saúde física e mental, e não transtornos, litígios ou  doenças!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Valorize a espera de datas especiais

As crianças não podem ganhar tudo o que querem em qualquer data; presentes devem ser dados somente em datas especiais como Dia da crianças, Natal e aniversário. É claro que eu sei que nem todas as famílias podem dar presente nestas datas, mas por mais simples que seja o presente, dê, sim, algo nessas datas.

Lembro-me que quando era pequena esperávamos ansiosos no dia do Natal para ganhar um pão feito pela minha avó, com modelos escolhidos por nós; lembro-me que podíamos escolher entre os formatos: pão de jacaré, de pombinha ou de coração. Este era o nosso presente tão esperado. Valorizávamos este gesto e este presente, era simples, não éramos de família rica, mas até hoje isto está gravado em minha mente como algo especial.

Hoje, com tanta tecnologia e tanta opção, as crianças querem tudo, e nem sempre os pais conseguem acompanhar toda a troca de tecnologia. É muito caro e com uma velocidade que não é fácil acompanhar!  A criança precisa aprender a conquistar para dar valor, porque se ela ganha tudo o que quer, em qualquer data, ela poderá crescer achando que na vida tudo é fácil quando, na verdade, nem sempre é assim. Se elas aprendem que ganham algo, somente em datas específicas, elas aprenderão a esperar e a dar mais valor para aquilo que se conquista.


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Reunião de Conselho de Escola: serve para quê?

Uma professora estava me contando sobre uma reunião do Conselho de Escola que aconteceu no final do ano passado (2014). A Coordenação chamou todos os professores para que eles expusessem os problemas enfrentados durante o ano letivo com suas crianças. O motivo dessa atitude, segundo o que me foi dito pela colega, era para que todos os professores tomassem consciência dos alunos que iriam ter no próximo ano. Assim sendo, por exemplo, detectaram que para a 3ª série iriam 22 crianças com problemas de aprendizagem, tanto na escrita, como na leitura, e também em raciocínio lógico-matemático. Esta professora me perguntou o que eu penso sobre isto, já que é comum, nas reuniões, levantarem os problemas, mas as soluções ficarem por conta da coitada da professora ─ ou professor ─que ficará com esses alunos no próximo ano letivo.

Fiquei indignada com essa reunião, mas vamos aos fatos. Perguntei a ela se essas crianças “problemáticas” tinham sido diagnosticadas por profissionais da educação, ou da saúde, e se elas tinham um laudo médico, uma avaliação psicopedagógica, ou alguma indicação sobre qual o problema de aprendizagem que elas possuíam. A professora, então, me respondeu assim: “Ora! Já não te falei que eles possuem problemas de aprendizagem de leitura, escrita e raciocínio lógico?”.

Percebi que ela não tinha entendido a minha pergunta e onde eu queria chegar, devido à falta de informação e conhecimento sobre as origens destes problemas apresentados. Perguntei novamente: Vocês sabem que estas crianças não aprendem, mas sabem por que isto acontece?  Ela disse que não.

Então, precisamos de diagnósticos precisos para entender e compreender, de fato, porque uma criança não aprende, ou seja, se são fatores biológicos, psicológicos ou sociais. Biológicos incluem má formação do feto, alimentação inadequada ─seja na vida intrauterina, seja na primeira infância ─, consumo de bebidas alcoólicas e /ou drogas por parte de um dos pais, sono insuficiente ou muito interrompido, dentre outros. Sociais: fatores socioeconômicos da família, abusos sexuais, local inadequado de moradia, seja a casa, seja o bairro, etc. Psicológicos: separação ou perda de um dos membros da família, depressão, déficit de atenção, etc. E há, ainda, fatores de ordem Pedagógica, provenientes do professor como o uso de uma metodologia desatualizada e/ou inadequada para os tempos e contexto da vida atual. Pois bem: são tantos os fatores que podem interferir na aprendizagem cognitiva de uma criança em relação à leitura, escrita e raciocínio lógico... que não dá para se dizer, em uma reunião geral e de forma bastante genérica, que há um número “x” de alunos, em determinada série e escola, com problemas de aprendizagem! É preciso, antes de tudo, buscar entender o que se passa com as crianças que apresentam algum tipo de defasagem na aprendizagem escolar, para se superar este obstáculo. No meu conceito, não adianta diagnosticar para amenizar a culpa dos professores dizendo assim: “Estes não têm jeito mesmo, não aprendem nem com reza brava!” Infelizmente é isto que escuto nos corredores das escolas, enquanto as perguntas certas deveriam ser: Por que será que eles possuem dificuldades de aprendizagem? O que será que está acontecendo? Como podemos auxiliar nesse processo?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

“Você trouxe os dois sapatos, que felicidade!”

Esta história me foi contata por uma aluna do curso de Pedagogia. Ela estava em uma loja de sapatos, com seu filho de 4 anos, e a criança experimentava vários pares de tênis. A mãe dizia para ela escolher bem porque só poderia comprar um par! E escolhe daqui, escolhe dali, experimenta um, experimenta outro, em determinado momento ela disse assim para a mãe: “Você vai levar os dois?” A mãe, meio distraída, não percebeu o que ele quis dizer, de fato, e respondeu que não tinha dinheiro para comprar os dois, que ela já tinha falado antes e que iria levar somente um!

O menino chorou na loja, fez um certo escândalo e ela, nervosa com a situação, deu um OK para o vendedor embrulhar o modelo escolhido por último, e ainda acabou brigando com o filho na frente de todos! Depois da loja eles foram ao banco, a uma outra loja e, depois, à casa da avó.  Quando chegaram à sua casa, à noite, o menino abriu a caixa do tênis novo e todo feliz verbalizou: “Mãe! Você trouxe os dois tênis, mãe, que legal!” Vejam só: o que aquela criança quis verbalizar na loja ─ e acabou tomando uma bronca na frente de todos! ─ era para ela levar os dois pés do tênis, enquanto ela entendia que ele pedia para que ela levasse os dois pares! A mãe, sem entender e sem se dar ao tempo de compreender o que o garoto queria dizer, quase lhe bateu, ainda mais porque ela não tinha dinheiro para levar dois pares! Afinal de contas, na cabeça da mãe, o menino queria dois pares, enquanto que na cabeça do menino ele temia que a mãe só levaria um pé... e ele só queria que ela comprasse os dois pés!


O que aprendemos com isto? Que quando uma criança fala algo devemos prestar atenção no que ela está dizendo; devemos ficar mais atentos como é que ela está compreendendo uma determinada situação. Uma criança de quatro anos pode não saber que quando compramos sapatos, sempre compramos os dois pés e nunca um só! Agora, imaginem que na cabeça desse pequeno um tempo longo se passou, e ele se imaginou andando ─ na escola, no shopping, etc. ─ com apenas um pé de tênis novo e, no outro pé, um chinelo, ou o tênis velho... Às vezes o que parece óbvio para nós, para as crianças não é tão simples assim, porque elas desconhecem as regras da vida, da cultura, da sociedade! Prestem mais atenção no que as crianças dizem, e parem de achar que elas já sabem tudo com 4 anos de idade, afinal, elas estão aprendendo a SER!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Síndrome do bebê sacudido

Vi uma cena no shopping que me deixou muito abismada: pais que ainda jogam bebês para cima e os sacodem para que eles deem risadas!  A criança ria muito e o pai continuava a sacudi-la. A mãe também não tinha reação nenhuma. Pensei comigo: não sabem o que estão fazendo!

A síndrome do bebê sacudido é muito comum em crianças menores de 2 anos!  Mas o que é isto? Todo bebê tem uma musculatura fraca no pescoço e uma cabeça grande e pesada; sacudi-lo faz o cérebro deslocar-se de um lado para outro dentro da caixa craniana. Isso pode causar hematomas, sangramento e inchação, podendo trazer perdas neurológicas irreversíveis, levando até mesmo à paralisia e morte.

Os bebês que sobrevivem podem apresentar um quadro de deficiências de aprendizagem ou distúrbios comportamentais, além de lesões neurológicas graves tais como: paralisia e cegueira, ou mesmo um quadro vegetativo permanente.


Evitem sacudir, jogar para cima, jogar na cama ou até mesmo contra almofadas. O cérebro infantil é um órgão muito frágil e precisa de cuidado especial, e não de maus tratos. É muito comum ver cenas como as que eu vi em um shopping, cenas de pais despreparados, ou até mesmo ignorantes no assunto, que acabam tendo este tipo de comportamento, já que as crianças dão risada com esse tipo de atividade. Cuidem para que isto não aconteça com aqueles bebês que estão perto de vocês. O cérebro de um bebê, com menos de um ano de idade, apresenta essa fragilidade ósseo/muscular justamente porque precisa desse mecanismo, ao nascer, para poder passar pelo canal da vagina da mulher; esse é um fenômeno natural do ser humano e nós dizemos vulgarmente que as crianças nascem com a moleira aberta, ou seja, a caixa craniana não está sedimentada, sendo que essa sedimentação ocorrerá AOS POUCOS, durante o seu desenvolvimento infantil. Todo cuidado é pouco neste período porque perdas poderão ser irreversíveis! E depois, não adianta chorar! 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Quando falar no celular é mais importante

Estava no banheiro do Aeroporto de Campinas quando aconteceu a cena em questão: Eu estava lavando a mão e havia perto uma criança, mais especificadamente um menino de 5 anos; sua mãe estava encostada na parede falando no celular e ele querendo lavar sua mão.  Primeiro que ele não alcançava a torneira; segundo, que ele não sabia que a torneira tinha sensor de mão para abrir, então, incansavelmente ele erguia os pés e... nada!

A mãe nem parecia preocupada com o filho, já que estava no celular gargalhando de alguma história; o menino a solicitava, e ela...nada. Então, resolvi ajudá-lo vendo seu desespero e o fato de que aquele descaso da mãe estava me incomodando. Mostrei ao menino como se fazia para abrir a torneira, como pingar o sabão, enfim, ele lavou sua mão direitinho, secou-a no secador e me disse obrigado. Eu respondi dizendo “de nada” e que ele fizesse uma boa viagem; o menino me respondeu dizendo boa viagem também.


Nesse episódio todo, o que mais me chamou a atenção foi o descaso da mãe: nada parecia abalar sua conversa ao telefone, ou seja, para aquela mãe era muito mais importante seu telefonema ─ ainda que de um conteúdo nada urgente, deduzo! ─, do que seu filho que ali requeria auxílio e orientação! E isto estava nítido para mim! Pois bem, quantas e quantas mães neste país devem fazer isto e nem percebem o que fazem? E depois postam em suas redes sociais frases de amor e fotos de alegria e de realização materna, além de dizerem em reuniões e encontros o quanto amam seus filhos! Será mesmo que amam? Será que realmente querem ser mães, referenciais de educação e de formação para seus filhos? Será que desejaram isto, ou simplesmente verbalizam o amor da boca para fora, considerando a maternidade como a continuação de um projeto social ─ pois isso as faz serem aceitas socialmente como pessoas normais, constituintes de famílias... ? Precisamos nos lembrar que amor é doação por completo e por inteiro!

“Não dá comida na boca dele não! Ele precisa aprender a ser homem”

Estava em um restaurante quando presenciei esta cena: um menino de, aproximadamente, 4 anos de idade, estava comendo macarrão espaguete com muito molho e almôndegas (por petas). Ele tentava enrolar no garfo o macarrão, mas não conseguia; sua mãe resolveu, então, cortar o macarrão para facilitar, mas foi pior porque o menino não conseguia nem enrolar o macarrão no garfo, e nem espetar!

Bem, o garoto não conseguia se alimentar sozinho e sua mãe, preocupada, começou a dar a comida na boca do filho. Nada de anormal já que, dependo do macarrão, do molho, da anatomia do prato, do garfo... nem nós, adultos, conseguimos comer direito, quanto mais uma criança de 4 anos que estava com garfo de adulto, sendo que sua mão nem conseguia segurar direito. Ou seja: havia, na cena, uma série de erros cometidos pelo adulto, e não pela criança em si!


Mas, como se não bastassem estes erros seu avô verbalizava o tempo todo, em alto e bom tom: “Você fica mimando este menino demais! Com 4 anos ele já tem que comer sozinho; ele precisa aprender a ser homem”! Eu estava na mesa ao lado, e só observava a cena. Quanta ignorância deste avô! Se o menino não conseguia comer porque o garfo era maior que sua mão, o macarrão estava escorregadio demais devido à quantidade de molho... o que há de errado no fato de sua mãe facilitar esta refeição dando de comer à criança? Pior ainda, no meu questionamento, o que isto poderia afetar na masculinidade do menino? Em nada, claro! Este avô estava deixando o neto se sentir envergonhado, expondo-o ao ridículo em público.  Então, eu pergunto: se não pode ajudar a construir um ser humano, por que não fica quieto e olha para o seu próprio umbigo? Será que este avô é tão perfeito assim? Já que não existe perfeição em nada nesta vida, por que exigir de um menino de 4 anos o comportamento correto de um adulto?  Isto é ensinar? Melhor dizendo: isto é amar?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Hora do banho não pode ser algo de desprazer

Tomar banho, neste país tão quente, é questão de saúde e de cuidado com o corpo, com a higiene e o bem-estar. Algumas crianças queixam-se na hora de tomar banho e não querem ir. Duas são as hipóteses levantadas por mim: ou não gostam porque tomar banho é algo de cobrança ─ e não de prazer! ─ ou porque estão brincando e não querer parar de brincar.

Então, pensem na cena que quero lhes contar: uma mãe, de um menino de 3 anos, falou assim para o filho: “ou você toma banho, ou fica de castigo?” A criança, que não queria tomar banho, escolheu ficar de castigo. E a mãe colocou-o de castigo no cantinho do pensamento. Ela fez tudo errado na minha concepção de educação. E ainda acabou me perguntando, em determinado momento, se não devemos negociar com as crianças. Eu disse que negociar sim; mas não desta forma.


Uma outra mãe, que estava perto da conversa deu-lhe a seguinte sugestão: Que tal negociar tomar banho de chinelo ou de camiseta? Vejam que o foco da decisão, para a criança ─ no caso desta outra mãe ─ mudou! Ela começa a se imaginar debaixo do chuveiro, com os chinelos cheios de espuma, também precisando levar umas ensaboadas para serem limpos... ou com a camiseta que tem determinado desenho, personagem, também recebendo o jato da limpeza! Vejam a diferença de atitude e de como a questão em si ─ tomar banho ─ passou a ser verdadeiramente efetivada, sem brigas, castigos ou contestações!  Mães, pensem no que fazem e falam para as crianças! Esta nova geração é de crianças muito inteligentes desde pequenas, que percebem tudo, captam tudo ─ claro, não estão preocupados em pagar conta e nem em fazer comida ou ir trabalhar! Assim sendo, as obrigações que as crianças têm acabam girando em torno do que acontece, fazendo com que saibam o que querem e como podem fazer para conseguir não fazer o que não querem! Não devemos castigar/impedir algo que é bom e importante para a saúde física de alguém, mas podemos tornar o banho algo muito gostoso e lúdico. Tudo depende de como é ensinado. Sempre digo que as crianças não nasceram sabendo e que tudo na vida é aprendido! Resta saber quem ensina e como ensina!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

“Quem rabiscou a parede? ... não fui eu...”

Uma menina de 4 anos de idade rabiscou toda a parede da sala de sua casa. Quando perguntada sobre o que tinha acontecido, ela disse que não tinha sido ela e, pior, colocou a culpa no cachorro! No começo achei graça desta história, mas, pensando e analisando melhor, vi que a reação desta criança de responder com uma mentira e, ainda mais, de colocar a culpa em outro ─no caso, no cachorro ─ significa que ela sente medo da mãe. 

Esta reação merece atenção: provavelmente a mãe cobra e corrige a filha de situações consideradas erradas ou inadequadas ─ socialmente falando ─ colocando-a de castigo, ou até mesmo submetendo-a a violências físicas e/ou verbais. Isso está claro porque a reação da menina demonstra que o medo lhe impediu de dizer a verdade. 

O que a mãe deveria fazer é ensinar que rabiscamos e desenhamos em papéis e não paredes. Que alguns muros e até mesmo fachadas de lojas são desenhadas por profissionais chamados de grafiteiros, mas que ela deveria desenhar em papel. Uma outra atitude seria explicar para a criança, que já que ela gostava de desenhar na parede, que ela teria uma parte da parede, em seu quarto, delimitada com uma moldura, também pintada, como se fosse um quadro grande, onde ela poderia desenhar, pintar, escrever, etc, mas ali dentro daquele espaço. Após a explicação e posterior decisão sobre onde poderia realizar seus desenhos, pedir que a ajudasse a limpar a parede e, se fosse o caso, que juntas passassem tinta para cobrir o ocorrido. Ou seja: transformar em diversão educativa e não em punição desnecessária! Assim, a garota aprenderia a corrigir o que fez de maneira lúdica sem medo. Futuramente ela não precisaria mentir por medo. Colocar a culpa nos outros não é algo certo! Provavelmente esta criança já presenciou alguém mais velho fazendo algo errado, e colocando a culpa em outro. Por que digo isto? Porque uma criança sozinha não é capaz de elaborar esta reação sem ter visto alguém fazer. Lembrem-se sempre que tudo é aprendido a partir de um determinado referencial.


Quando as crianças possuem medo é porque o ambiente é hostilizador e elas acabam tendo esse tipo de atitude para “salvar a própria pele”.  No entanto, quando o ambiente é livre de ameaças e de medos, elas se tornam seguras, e aprendem a corrigir o que fazem de inadequado de forma educativa, respeitosa e até mesmo lúdica! Nós, adultos, erramos muito e muitas vezes não assumimos os nossos erros! Então, por que exigir dos pequenos algo que nós mesmos, muitas vezes, não conseguimos fazer?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Como ensinar a criança a fazer escolhas?

Uma mãe, muito aflita, me questionou dizendo que para tudo sua filha pede opinião, que ela não tem opinião própria quando vai comprar algo para si, que fica na dúvida o tempo todo, que não sabe escolher, enfim, essa mãe, aflita, me pediu ajuda.

Bem, vamos às dicas. Primeiro, precisamos ensinar, desde cedo, as crianças a fazerem suas escolhas conscientes, e serem responsáveis por elas. Quando forem comprar, por exemplo, um sapato, deixe-a que experimente, que pense sobre o que quer comprar. Se houver dúvida, não dê sua opinião dizendo qual comprar, mas sim, oriente fazendo-a pensar com quais roupas o sapato combinará mais, qual sapato teria mais aproveitamento... Mas nunca diga “se fosse eu compraria este”. Deixe-a livre, pensando, para que possa escolher de acordo com o que necessita, e será de maior serventia. Mesmo que você tenha dinheiro, não compre os dois que, porventura, a criança tenha gostado. Deixe-a escolher apenas um. Na vida adulta não temos tudo o que queremos, e precisamos saber fazer escolhas e sermos responsáveis por elas.

Quando forem a um restaurante, deixe-a escolher a comida, não interferindo dizendo “coma isto... ou aquilo”; oriente, ensine a ser independente e a arcar com a responsabilidade de sua escolha: “O que você está com vontade de comer e de beber?” As crianças inseguras sempre possuem dúvidas em tudo, consequência de uma mãe controladora, que acha que ao escolher tudo para os filhos(as) está fazendo o melhor para eles. Pelo contrário! Uma criança insegura torna-se um adolescente inseguro e um adulto inseguro também.


É nas pequenas ações que as crianças precisam escolher e arcar com suas escolhas, desde pequenas; assim, elas saberão escolher, no futuro, o que é bom ou ruim para si, e serão pessoas seguras de si, que não se deixam enganar e nem ludibriar por qualquer opinião que surja ao seu redor! Pensem nisto!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

“Malelo, a busa é malelo”

Estava passeando em um shopping, quando vi a garotinha apontando as vitrines para os pais e dizendo o nome das cores das roupas; achei uma graça, e resolvi observar. Fiquei impressionada com a menina e perguntei aos pais quantos anos ela tinha; os pais me responderam: dois anos e sete meses. Perguntei, então, se estava em escolinha e a mãe disse que sim, que trabalhava, que não tinha com quem deixar a filha, e que, então, desde os 4 meses ela frequenta uma escola de período integral.

Continuei a observação, mas os pais cometeram graves erros, e vou comentar aqui com vocês aquele que mais me chamou a atenção: A menina parou diante de uma vitrine onde as roupas colocadas nos manequins eram todas amarelas. Ela apontava e dizia “malelo, malelo, malelo”. Com a pouca idade, dizer “malelo” ao invés de amarelo é normal, mas não foi isto que me chamou a atenção. O pai dizia: “Não! É azul!” E quando ela apontava outra peça, ele dizia que era vermelha. Bem, isto acabou confundindo a menina, fazendo-a dizer pensativa: “malelo ou azuu; malelo ou vimeio...” ...ou seja, ao invés dos pais incentivarem e ajudarem a criança no acerto ou na aprendizagem das cores, eles mais confundiam a cabeça da criança, talvez pensando em vê-la questionar, reivindicar, enfim, não posso afirmar o que os levava a ter tal atitude.  Apenas pude observar que o pai assim fazia, achava graça e a mãe, por sua vez, ficava conivente com o pai, rindo das confusões que a filha fazia com as cores! 


Pais, por favor, não tenham esta atitude! Em primeiro lugar, porque a criança está em fase de rico aprendizado e vocês deveriam ficar orgulhosos e satisfeitos de sua filha ─ com apenas 2 anos e sete meses ─ conseguir identificar e distinguir as cores. Isto demonstra que ela é capaz de realizar essa distinção, de memorizar a cor juntamente com o nome, mesmo que ainda não consiga pronunciar com clareza, devido à imaturidade de seu aparelho fonoarticulatório; mas ela já demonstra um nível cognitivo bastante satisfatório para sua pouca idade. Então, o que tenho a lhes dizer, pais, é: Não confundam, e sim, reforcem dizendo à sua filha: “Sim, esta blusa é amarela! Parabéns! Você é inteligente, e aprendeu direitinho! Que linda!”. Olhem a diferença de conduta entre atrapalhar ironizando, e ajudar estimulando o desenvolvimento integral e integrado da criança. São os pequenos gestos que precisam de elogio para que ela cresça com segurança e, consequentemente, autoestima. 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Antes de sair, fazer xixi

Quem já não ouviu esta frase verbalizada por alguma mãe, ou outro adulto, antes de uma família sair de casa? Isto é muito comum. Concordo que isto possa fazer parte da rotina antes de se sair de casa; o que não concordo é com algumas reações de adultos quando a criança não está com vontade de urinar, na hora de sair, mas depois de alguns minutos, já no percurso, a vontade vem e ela pede para fazer xixi.

Já presenciei cenas de adultos brigando com suas crianças, e até mesmo xingando ou batendo quando estas pedem prá urinar “fora de hora”! Outro dia escutei assim: “Quando está em casa, pronta para sair, não faz nada; mas é só chegar na rua que pede. OH encrenca!”

Por favor, fazer xixi não é algo tão controlável assim; precisa pensar na quantidade de líquido que as crianças ingerem, na temperatura do tempo, etc. E quantos de nós, antes de sairmos, vamos ao banheiro e não urinamos, e quando chegamos a lugares públicos sentimos vontade? Eu mesma já passei por isto várias vezes e aposto que quem lê, também. 


Com as crianças não é diferente! Agora, se elas ficam com medo das broncas quando não fazem xixi em casa, e ficam com vontade quando saem, elas podem, por medo, tentar segurar o xixi e isto poderá ocasionar sérios prejuízos para a sua saúde, podendo até mesmo desenvolver cistites. Não briguem com as crianças, levem-nas ao banheiro, eliminem o que incomoda e continuem o passeio; é tão simples! Os adultos é que complicam e mais causam problemas em vez de amenizar e viver de forma harmônica e feliz com os filhos (as).

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Depressão ou transtorno depressivo na infância

A depressão ou, transtorno depressivo, tem como característica uma série de alterações emocionais na área do sistema límbico podendo, ainda, afetar outras áreas do sistema neurológico, como a cognitiva e/ou a psicomotora, causando uma série de problemas quanto ao desenvolvimento integral e integrado das crianças. Este transtorno traz como sintomas: humor deprimido, perda ou diminuição do prazer e interesse pelas coisas, energia reduzida, ideias de culpa e de inutilidade, distratibilidade (quando a pessoa tem a sua atenção desviada para estímulos externos, muitas vezes estímulos que não têm significado ou importância), pensamentos de morte e/ou suicídio, desesperança, perda de peso, de sono, de apetite e lentidão nos aspectos motores, ou seja, nada faz com que a pessoa seja mais ágil, ativa ou tenha interesse em se movimentar com a energia pertinente à idade e ao momento. 

Estar atento a estes sinais é de extrema importância para buscar ajuda com profissionais da área da saúde. Às vezes, as crianças podem apresentar alterações devido a uma separação dos pais, à morte de um ente querido, ao controle excessivo por parte de alguém da família, ao fato de receber cobranças em demasia, humilhações em público; ao fato de haver, por parte de um membro da família, alcoolismo ou abuso de substancias químicas ilícitas e/ou lícitas, agressividade física e até mesmo sexual por parte de um adulto de sua convivência, etc.


Professores: se perceberem alguma alteração desta natureza em seus alunos fiquem atentos, e observem o quê poderia estar acontecendo. Criança depressiva precisa de cuidados especiais e de todo o apoio por parte de vocês, e de profissionais especializados. Um transtorno depressivo unipolar pode vir a se tornar um transtorno bipolar se não for tratado da forma correta, ou seja, essa criança (que futuramente será um adolescente ou adulto), poderá vir a alternar esses sintomas listados acima, entre a depressão e o isolamento, e a euforia e os entraves sociais. Não adianta, professores, achar que estas crianças apresentarão rendimento escolar satisfatório, ou que é frescura pensar assim porque todos nós temos problemas. Concordo que todos temos problemas, mas se nem sempre nós, adultos, conseguimos descobrir a origem destes para resolvê-los, quanto mais as crianças que estão aprendendo a ser e a se situar no mundo. Fiquem atentos...    

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Beijar filhos na boca: certo ou errado?

Esta pergunta me foi enviada por uma mãe, pelas redes sociais. Então, vamos às explicações: na vida não existe certo ou errado, mas, sim, ações e reações que estão presentes na cultura e nos valores de cada sociedade. Portanto, os pais devem pensar nos atos que cometem com seus filhos, diante do contexto e dos valores vigentes da sociedade à qual fazem parte. Vejo muitas mães beijarem seus filhos assim, na boca, quer sejam meninos ou meninas, em sinal de amor.

Bem, estamos no Brasil e, beijar assim, na boca, mesmo que seja um selinho, é algo que social e culturalmente representa uma forma de carinho entre duas pessoas que estão enamoradas. Então, é claro que a relação de namoração é algo diferente da relação parental e de amizade. Este gesto ─ que parece inocente, e até mesmo carinhoso ─ pode confundir a cabeça das crianças, e dificultar a compreensão infantil sobre a diferença entre namoração e relação parental.

As crianças de hoje veem beijos acontecerem nas novelas, ou na mídia em geral, porque assistem TV, ou até mesmo veem este tipo de cena pela internet; beijar é um sinal de carinho e sinônimo de afeto; uma situação é o beijo na bochecha, um beijo em forma de carinho, de proximidade entre duas pessoas; outra, é um beijo na boca dado por pessoas que estão namorando. Por que complicar algo que já traz, em si, uma boa distinção?


Além do mais, há um risco de transmissão de doenças por via salivar que podem vir com o beijo na boca, que precisa ser pensado para evitar doenças nas crianças. Para mim, cada tipo de beijo tem uma função: beijo entre pais e filhos, entre irmãos e primos, avós e netos, amigos, colegas, demais parentes e vizinhos... são de um jeito, de uma forma; de namorados e amantes são de outro jeito! Mas quem sou eu para ditar alguma regra de comportamento para vocês, pais, até porque em alguns países, em outras culturas, as regras podem ser diferentes. Mas estamos no Brasil, temos a nossa TV, com a sua programação ─ boa ou ruim ─ enfim, e as crianças absorvem o que vigora em nossas regras sociais. Fica, aqui, somente a dúvida de uma internauta. 

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Ser professor (a) ...

Uma amiga, professora do ensino fundamental há anos, estava me contando este episódio que reparto com vocês. Seu sogro estava passando mal e foi atendido na Santa Casa; precisou ser operado, às pressas, e quando a cirurgia terminou, o médico chamou a família para conversar. Quando ela foi até o médico, enquanto escutava o seu relato, ela pensou consigo mesma “conheço este rosto...” mas não se lembrava de onde. Logo que o médico deu as informações necessárias e a família começou a agradecer, ela falou com ele que o conhecia, que sua fisionomia não lhe era estranha, mas que não se lembrava de onde.  Foi quando o médico lhe respondeu: “você foi minha professora na 4ª série do ensino fundamental. Você não é a Luciana (nome fictício)? Ao que ela respondeu afirmativamente, “sim,  sou eu mesma”. Bem, a conversa acabou se direcionando para lembranças, pessoas e episódios... e  ela quis saber de tudo da vida do médico, quer dizer, dos passos e percursos que ele teve desde aquele período, no ensino fundamental, até os dias de hoje, com essa profissão tão importante que é a de um médico cirurgião. Conversaram um pouco, ela lhe desejou sorte e, em seguida, me ligou para contar o que havia acontecido.

Essa amiga me disse assim: ”Vanda,  nós não temos noção da importância que nós temos na vida de uma criança, e não sabemos o que os nossos alunos  serão no futuro e o que farão para transformar o mundo com sua ação na realidade social. Nossa! Como estou  contente de ver que um aluno meu, de escola pública, se tornou um médico respeitado, tão humano na hora de nos informar, enquanto familiares do meu sogro, como havia sido o procedimento cirúrgico, que ele estava fora de perigo e como deveriam ser os próximos passos, enfim... fui me lembrando, aos poucos, de como ele era um aluno bem inteligente, mas tão danado, daqueles que nós não esquecemos...” 


Pois bem: contei esta história para que todos, neste começo de ano, possam refletir sobre a importância de nossa profissão. Nós podemos construir ou destruir a formação de um ser humano ─ que está em construção ─ contribuindo para formar um profissional mais humano, alguém que faz a diferença, para melhor, na sociedade!  Nós podemos não nos lembrar deles, porque são muitos alunos ao longo de nossa carreira, mas eles não se esquecem de nós. Façam a diferença na vida de alguém! Além de conhecimentos e conteúdos formais, pensem em atitudes que possam construir alguém para o resto de suas vidas. Seja o exemplo, SEMPRE!